domingo, julho 21, 2013

"... I SEE YOU'VE COME SO FAR
TO BE WHERE YOU ARE..."
I won't give up, Jason Mraz







...and when you're needing your space
to do some navigating
I'll be here patiently waiting
to see what you found...



Porque os dias, sem você, são só os ponteiros do relógio, girando. Só as marcações no calendário, desoladas, uma após a outra. Passam, sem marcas - além daquelas no meu rosto. Nossos filmes e personagens favoritos, vinho caro - que você não bebe!, sua música velha, minha música boa, tudo repetido à exaustão, pra ver se o cansaço vence a saudade. Se a saudade acaba. Se o fim pode significar menos dor.
Porque o silêncio é completo, sem a sua voz. É opressivo. É assustador. Porque nenhum som faz tanto sentido. Ou faz sentir tanto. Mas as vezes, muito raramente, o consolo está em não ouvi-lo. Em afastar cada lembrança. Em me refugiar na solidão. Abençoada solidão.





*to wait for*

sábado, julho 13, 2013

sobre nós dois

"...so if you have a minute why don't we go
talk about it somewhere only we know
this can be the end of everything
so why don't we go somewhere only we know?..."
Keane, Somewhere Only We Know




Ansiedade. Sentimento concentrado por dias. Certamente seria especial. A contemplação, antes de ouvir sua voz. Sua voz, antecipando cada sensação possível. Seu rosto emoldurado por uma luz que é só sua, e aqueles óculos de sol que me são tão familiares. Seu sorriso, através da janela, seu cheiro impregnando aquele espaço exíguo que você ocupa completamente, ainda que haja espaço para eu me instalar de forma confortável. Enquanto o sol brilha lá fora, num típico dia de inverno, o frio toma conta do ambiente escuro e impessoal. O resto do mundo deixa de existir quando seu abraço aquece o momento, envolvendo meu corpo como se pudesse protegê-lo de tudo, mesmo de mim. O pouco tempo disponível para saciar o desejo, contrastando com a imensa vontade. E pareceram mais que horas, foram eras. Dois corpos nutrindo-se um do outro, olhares que diziam tudo o que palavras não poderiam traduzir. Peles desenhadas que se completam, anatomias que se ajustam, o encaixe perfeito. O êxtase. Vozes que falhavam, corpos convulsionando, sorrisos. Um abraço ainda mais apertado, o gesto mais íntimo, o toque mais sensível, uma declaração velada, e a realidade voltando a pairar sobre nós - a vida gritando, do outro lado da porta, num mundo de responsabilidades que nos espera, sempre. A perfeição vai se diluindo na necessidade de voltar aos papéis ordinários e em instantes somos só resignação. Um beijo rápido sela a breve despedida, com gosto de saudade. E a ansiedade se instala no peito, novamente, até a próxima vez.




*miss you love*