sábado, novembro 04, 2006

a estrada

"...VOCÊ NÃO SABE O QUANTO EU CAMINHEI, PRA CHEGAR ATÉ AQUI..."
Cidade Negra em A Estrada





Ela não sabia pra onde ir. Era tanto desamor que esqueceu o bem-me-quer. Ela estava perdida, sozinha, com aquele mundo de indigentes falantes a sua volta. Gente que não se conhece, mas tem a pretensão de saber do próximo, de palpitar, de interferir. Ela se irritava com facilidade com os Doutores da Vida Alheia, com aquele tipo de ser que sabe tudo pra você ser feliz, mas que tem a vida mais enrolada que o miojo que o rapaz apressado comeu no jantar(ECA!). Houve um dia em que ela se olhou no espelho e descobriu que queria ser só. Só, de verdade, num deserto, numa ilha sem o Wilson, sem espelhos, pra nem conviver consigo.
E a solidão já lhe parecia feliz, e assim é, se lhe parece, claro! Pessoas a faziam ter ânsia de vômito, vontade de se esconder. O amor tinha naufragado num barquinho feito com o papel em que escrevera aqueles versos tolos, carregados de sentimentos vãos. O Senhor do Sonho já não lhe visitava, já não esperava carinho ou compreensão. Seus maiores prazeres viraram sacrifícios e as lágrimas já fazia parte do quadro que pintava para a vida que iria levar.
Estava escuro, e a hora de dormir era a melhor. Era paz e isolamento. Solidão e aconchego, o único que podia se permitir. Houve um barulho forte, e a porta se abriu, o sol lhe queimou a retina, foi difícil enxergar o buquê de flores-de-maio azuis e aquele sorriso estonteante que lhe trouxe de volta pra nós.


coisas sobre auto-biografias







*toddynho, por favor!*

quinta-feira, novembro 02, 2006

Pra nós dois

"...COMO UM ANJO QUE CAIU LÁ DO CÉU..."
Nando Reis em Sim




Só sei falar de amor. Desde de o dia em que você chegou e me fez deixar de ser eu pra virar nós, pra vida inteira. Respiro sonhos e poesias, bebo suas palavras e sinto só o que esse sonhar me permite sentir. Fiquei cega, egoísta... Todas as mazelas do mundo parecem estar tão longe, tão estranhas a esta realidade de amor e uma cabana, e uma garrafa de vinho e alguns livros do Gaiman.
Desde de que seus olhos iluminaram a estrada a caminhada ficou mais fácil, de mãos dadas é mais gostoso. Com sorvete quente e calda de chocolate, então, nem se fala! Não sei o que falo, na verdade. Não sei ser, se não for amor.
Desaprendi o que é me ver no espelho, amor. É sempre o reflexo teu que aparece, onde quer que eu veja, onde quer que eu vá, o que quer que eu faça. É seu sorriso dizendo que está tudo bem, meu bem.
Não sei mais usar as palavras naquelas canções ordinárias. As letras guardam nosso templo, já são sagradas, pra mim. Ainda que não tenham importância pra te mostrar como me sinto, é com elas que declaro ao mundo o quanto me é caro esse bem querer. São as palavras mais bonitas as que eu guardo pra você, aquelas que eu nunca preciso usar, que você não precisa saber.






PS: Eu estou confusa, e isso é uma constante.




PEQUENAS POUCAS DECLARAÇÕES DE AMOR:

"Aos amigos ausentes, aos amores perdidos, aos Deuses Mortos, e à Estação das Brumas! E à nós. Que cada um dê ao Diabo aquilo que ele merece."






*quem?*